quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DEUS: ESTE SER INCOMPREENSÍVEL!


Texto: - Habacuque 3:1-2.

INTRODUÇÃO: - O eterno e incompreensível problema do mal. Assim poderíamos iniciar esta dissertação, a respeito do livro deste profeta. À semelhança dos demais profetas, pré-exilio, Habacuque também está preocupado com o pecado avassalador, que toma conta do reino de Judá. Na estrutura de seu escrito, vamos entender como é o agir de Deus, para a punição do pecado.

1 – As origens do Profeta.

No hebraico, o nome dele significa “abraço amoroso” ou, então “lutador”. Habacuque foi um dos mais distinguidos profetas judeus. Sua obra aparece entre as dos chamados oito profetas menores. Esta palavra, “menores”, nada tem a ver com a estrutura do indivíduo ou com a importância de sua obra, mas apenas com o volume da mesma, em contraste com os “profetas maiores”, como Isaías, Jeremias e Ezequiel, cujos escritos foram bem mais volumosos. Não dispomos de qualquer informação segura sobre o lugar de nascimento, sobre a parentela e sobre a vida de Habacuque.
O próprio livro de Habacuque, nos presta bem poucas informações. O trecho de (Hc 3:19) indica que ele estava oficialmente qualificado para participar do cântico litúrgico do templo de Jerusalém, e isso parece indicar a exatidão da informação que o apontava como um levita, visto que estava encarregado da música sagrada. É curioso que não nos seja dado o nome de seu pai, e nem a sua genealogia, o que é contrário aos costumes judaicos. Juntamente com Elias, é uma das poucas e grandes personagens do AT. cuja genealogia não é dada.

2 – Entendendo a mensagem do Profeta

Quando lemos os primeiros quatro versículos do capítulo 1, notamos a grande indignação do profeta, com o próprio Deus, que o faz enxergar violência, opressão e iniqüidade, sem que isto tenha uma punição.
Como qualquer ser humano, o profeta está de uma forma aparentemente desrespeitosa, questionando a Deus, a sua aparente imobilidade diante de tanta desgraça e pecado que assola a nação de Judá. Diferentemente dos outros profetas, que tentam através de mensagens inspiradas por Deus, convencer e levar o povo ao a arrependimento, ele sente que Deus está distante dos acontecimentos não se importando com tudo o que as autoridades religiosas e políticas e até mesmo o próprio povo está praticando. Nós também temos esta percepção. Sempre achamos que nunca haverá da parte de Deus uma punição para o pecado e os pecadores. Esquecemos que Deus, primeiramente é longânimo, e que também tem um tempo determinado para julgar todas as coisas, dando o veredicto final.

3 – Deus começa a dar respostas

A partir do versículo 5, Deus mostra ao profeta, as nações gentílicas, ao redor de Judá, dizendo que levantará uma delas para punir os pecados de seu povo. Aponta para os caldeus, dizendo o seguinte(Leitura dos versículos 5 a 11).

4 – O profeta não entende, como Deus pode usar o ímpio para punir o justo.

Quando Deus mostra a ele, que usará os caldeus para punir os erros de Judá, Habacuque, não consegue entender este modo de Deus agir. Ele Diz no versículo 13: "Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?". São estas formas de Deus nos punir, que nós não entendemos! Todo o pecado tem a sua retribuição, o apóstolo Paulo nos fala: “Não vos enganeis: De Deus não se zomba; pois aquilo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6:17). Deus chamou Nabucodonozor de meu servo, chamou também a Ciro de meu servo. Não eram estes homens, homens ímpios? Como pôde Deus fazer com que estes homens fossem usados para punir o seu povo? Até o próprio diabo, Deus pode usar para executar os seus intentos. Veja o exemplo do que aconteceu com Jó! Não dizemos com este exemplo, que Jó tenha cometido pecados, que agora estavam sendo punidos; o próprio Deus dá testemunho de sua integridade moral e religiosa. Todavia, Deus está permitindo que o diabo, realize seus intentos, na vida de seu servo, para mostrar a ele, diabo, que Jó não o abandonaria nem blasfemaria do seu nome!

5 – Deus começa a responder

Já no início do capítulo 2, observamos Deus, respondendo à Habacuque, quando este está refugiado, ou esperando a resposta de Deus de forma paciente. É preciso ter intimidade extrema com Deus, para fazer o que fez o profeta. Nenhuma pessoa que viva à margem da comunhão com Deus, poderia questioná-lo, e depois afastar-se dos acontecimentos, para obter uma resposta. Deus manda que ele escreva o que vai acontecer, tanto com Judá bem como com os caldeus, após executar os seus juízos. Deve ser bem visível, para que todos tomem conhecimento e ninguém alegue que não sabia. Deus diz, que a visão que o profeta terá de seus juízos, será para o tempo determinado. Se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Aqui não se trata da vinda de Deus ou da vinda de Jesus como alguns interpretam mas do cumprimento do juízo de Deus, tanto para Judá como para os caldeus!

6 – A oração do profeta

Quando iniciamos o capítulo 3, já observamos o homem de Deus, preocupado com tudo o que acontecerá. Ele prevê destruição, e já antecipadamente, pede a Deus, que avive a sua obra, tendo dela misericórdia.
Quero aqui fazer uma consideração, desta parte da oração de Habacuque. O avivar a obra aqui, não se trata da compreensão que nós pentecostais temos de avivamento. O que o profeta está se referindo é a reconstrução da nação, após Deus puni-la. Esta punição, seria o cativeiro, que duraria setenta anos, após os quais o povo retornaria à sua terra. No retorno, faz sentido a oração do profeta. Tudo estava destruído! Seria necessário começar quase tudo outra vez. Pouca coisa sobrou, daquela nação altiva que desprezou os ensinos de seu Deus! É bem conhecida de todos nós, a obra que Neemias realizou em sua volta do exílio e a forma como Deus agiu para reerguer a nação que ele mesmo denominou de “a menina de seus olhos”!

CONCLUSÃO: - Na parte final de sua oração, o profeta expressa toda sua confiança no seu Deus. Venha o que vier, ele se regozijará em seu Deus sabendo que nele estará a salvo, e quando isto passar, ele será trazido ao Lar pelo Senhor seu Deus!


Pr. Ubirajra Quintino
Igreja Evangélica Presbiteriana Ebenézer

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