sábado, 20 de novembro de 2010

Discípulos????????????


Você alguma vez parou para meditar na definição da palavra: DISCÍPULO?
Digo isso, pois no meio cristão é comum ouvir a afirmativa: - Sou um discípulo de Cristo! Contudo, nem todos os que proferem tal proposição são o que dizem ser, ou ao menos sabem o que isso significa.
É interessante notar a hipocrisia “evangeliques” de nossos dias, dizendo ser algo que nem em seus devaneios mais longínquos conseguem ser. A superficialidade de estar atrelado a códigos de condutas e fundamentos preconceituosos tem substituído o verdadeiro “Espírito do Evangelho”.
Ser discípulo é antes de qualquer coisa ser “IMITADOR”. Ou seja, seguir o modelo, os passos de quem está se propondo seguir. Em nosso caso Jesus Cristo! 
Partindo desse princípio temos assunto para escrevermos uma biblioteca, visto que o exemplo deixado pelo Mestre é vasto e envolvente, no entanto, gostaria de citar apenas a base do todo trabalho de Jesus; o Amor!
O amor de Cristo pelas pessoas era algo fantástico, e repousava sob os verdadeiros necessitados e os que exerciam o interesse de conhecê-lo.
Um dos textos mais confrontantes que a Bíblia nos relata acerca de Jesus encontra-se em Mateus 9:
E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (35-38).
Existem duas palavras neste texto que sobressaltam aos nossos olhos: Compadecer – no original grego é: ser movido pelas entranhas.
A outra é: Mande – no original grego é: expulsar, expelir, mandar sair; com noção de violência.
Observe a profundidade desse texto. O autor aqui escreve que o envolvimento de Jesus com as pessoas era visceral, assim como a urgência suscitada pelo mesmo, a de enviar ceifeiros.
Ser discípulo de Jesus é isso, é atender a esse chamado de urgência e se comprometer de maneira visceral.
A palavra multidão aqui no grego original é: povo comum, como oposto aos governadores e pessoas de importância; com desprezo: a multidão ignorante, o populacho.
É interessante notar que o apelo e envolvimento de Jesus eram com os desacreditados, com pessoas que não esperavam mais nada da vida, mesmo que fossem pessoas de posses eram frustradas e depreciadas.
Em outro texto Jesus diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Mt 11:28.
Cansados aqui é ato de bater no peito com aflição, tristeza; surra! Jesus chama aqueles que ja apanharam muito da vida e se encontram em sobrecarga, essa é a multidão que seguia Jesus. Porém, os “discípulos” de hoje não se preocupam com isso, não se importam com os cansados, até mesmo porque na maioria das vezes esse “discípulo” também esta cansado e se escondando por trás de desencargos de consciência. Existem pessoas ai fora sedentas, precisando serem acolhidas e o que temos feito?
Quero terminar esse texto com uma musica cuja autoria é de jovens internos da Fundação Casa de Araçatuba, leia e medite nessa letra e depois responda se você é ou não é um discípulo de Cristo?

Por trás dos muros

Por trás dos muros de uma prisão
Existem homens que vivem com a solidão
Por não conhecerem o Amor de Deus
Que é tudo na vida

Muitos irmãos não tem coragem de chegar
Até uma cadeia para evangelizar
À pessoas que precisam do Amor de Deus
Que é tudo na vida

Eu digo isso, porque também estava lá
E passei por tudo aquilo que você imaginar
Era difícil mais ali eu encontrei
A Palavra de Jesus
E do inferno me Salvei

Cabe a mim e também a você
Levar a eles essas Palavras de Poder
Palavras que podem os teus problemas resolver
E fazer de marginais homens descentes nascer.
 Jovens Fundaçãos Casa.

É facil criticar, não dá trabalho, porém, fazer alguma coisa denota tempo, dinheiro e abnegação, coisa que muitos nem sabem o que significa...


Pr Paulo Fernandes
I.E.P.E Araçatuba – SP.

O segredo está no caminho

“Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.Então, respondeu o povo e disse: Longe de nós o abandonarmos o Senhor para servirmos a outros deuses; porque o Senhor é o nosso Deus; ele é quem nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, quem fez estes grandes sinais aos nossos olhos e nos guardou por todo o caminho em que andamos e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos. O Senhor expulsou de diante de nós todas estas gentes, até o amorreu, morador da terra; portanto, nós também serviremos ao Senhor, pois ele é o nosso Deus. Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados. Se deixardes o Senhor e servirdes a deuses estranhos, então, se voltará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito bem. Então, disse o povo a Josué: Não; antes, serviremos ao Senhor. Josué disse ao povo: Sois testemunhas contra vós mesmos de que escolhestes o Senhor para o servir. E disseram: Nós o somos. Agora, pois, deitai fora os deuses estranhos que há no meio de vós e inclinai o coração ao Senhor, Deus de Israel. Disse o povo a Josué: Ao Senhor, nosso Deus, serviremos e obedeceremos à sua voz. Assim, naquele dia, fez Josué aliança com o povo e lha pôs por estatuto e direito em Siquém. Josué 24:14-25.
Quem lê esse diálogo entre Josué e o povo de Israel, nem imagina que se trata do mesmo povo que por vezes reclamou, duvidou, e até mesmo se rebelou contra Moisés.
A história dos Hebreus tem muito mais a ver com a história do comportamento humano do que imaginamos. O texto acima refere-se a uma escolha que Josué estava empreendendo a comunidade de Israel, o mesmo dissertava sobre sua escolha em servir ao Senhor e ao mesmo tempo confrontava o povo a tomarem um decisão, a escolherem um caminho a seguir. É interessante que Israel ja tinha sido confrontado por varias vezes acerca de posições e caminhos a seguir. Após mais de IV séculos de servidão Deus ouviu suas orações e enviou auxílio, agora a escolha era seguir Moisés ou viver escravo no egito, a decisão parecia óbvia, porém, bastou os primeiro passos rumo a liberdade e já estavam se arrependendo, reclamando e pedindo para voltarem, única e exclusivamente por verem um mar a frente e não terem nehuma idéia de como atravessá-lo. A escolha sempre colocava em conflito convicções e principalmente a fé do povo. Ora! Qualquer situação para se tornar em questão de escolha deve haver mais de uma opção, e no caso de Israel a decisão sempre envolvia fé, era crer ou não crer!
Não foi apenas frente ao mar vermelho que reclamaram, fizeram-no por causa de água, por comida, por quase tudo reclamaram e em muitas vezes desejaram voltar ao cativeiro. Por isso ler a afirmativa da comunidade hebréia sobre escolher servir a Deus parece admirável. Humanamente falando quando temos problemas com alguma situação de que esolhemos e aparentemente não deu muito certo, nossa postura é no mínimo nunca mais querermos nos envolver com nada que se relacione ao acontecido.
Israel havia feito escolhas que aparentemente não assegurava ter saído muito bem, o caminho percorrido por quarenta anos poderia ter sido feito em dias. Na verdade não foram apenas quarenta anos, nem mais de quatrocentros se somarmos os anos de cativeiro, foram muito mais dias do que conseguimos relacionar, a escolha de percorrer o caminho trilhado por Israel começa com a obediência de Abraão. Deus disse a Abraão que saisse da sua terra e marchasse rumo a uma terra que Ele iria mostrar e lhe conceder a posse. Quanto tempo levaria isso? Poderia ter acontecido em dias!
A grande questão aqui é porque escolhemos os caminhos mais difíceis? Mais doloroso? Mais penoso?
É perceptível que sempre tentamos escolhe o caminho mais fácil, menos complicado. Mas então o que acontece que não sai do jeito que esperávamos?
Uma coisa que me chama atenção é o que Deus fala a Moisés e é onde repousa nossas respostas: E disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.”  Ex 4:21.
Deus estava mandando Moisés a uma empreitada ao mesmo tempo que decifrava sobre endurecer o coração de faraó, parece um paradoxo, o Senhor enviando alguém para libertar o povo mas ao invés de tocar no coração do opressor para libertar os cativos, endurece-o.  No entanto a explicação esta em Êxodo 14:4: “E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. E eles fizeram assim.” Deus usaria tais circunatâncias para mostrar, revelar Seu Poder tanto aos egípicios quanto ao Seu povo Israel.
Essa premissa pode ser observada ao longo dos acontecimentos que firmaram o relacionamento do povo hebreu com Deus. Qualquer coisa que empreendiam levava tempo e era muito dificil, penoso. Você já parou para se perguntar porquê?
O segredo está no caminho, aprendemos muito mais no caminho do que com os pés na terra prometida. Atente para o fato de o povo ter sofrido e passado por muitos problemas desde o cahamdo de Abraão, e em meio a reclmações e frustrações prosseguirem, e em chegando a terra prometida, escolherem servir a Deus, mesmo sabendo que Ele, o Senhor, poderia permitir outra adversidade sobre aquela nação. Porém, agora já estavam bastante convictos da maneira com que Deus trabalhava, e entendiam que os anos no deserto fora uma preparação para aquele momento, e que sem as adversidades a terra prometida perderia a graça, perderia o significado. A terra prometida só tinha sabor por causa do caminho, foi ele quem deu gosto a vitória.
Você já parou para pensar se tudo em nossas vidas acontecesse do jeitinho que quisessemos? Acredito que muitas coisas perderiam o significado e a graça de existir. Ora! É o caminho percorrido e suas dificuldades que dão sentido àquilo que recebemos de Deus.
PR Paulo Fernandes.

Quando morremos...

A maior parte de nós seres humanos vive numa linha tênue se pensarmos na morte. O conceito do fim nos aterroriza nos arremete a fragilidade com que existimos e de como tudo passa.
Mas na verdade pouco percebemos, que a cada dia estamos morrendo, a cada aniversário nos aproximamos do fim, ao mesmo tempo em que comemoramos o nascimento e fazemos festa. Cada hora, minuto, segundo que passa é um a menos na linha do tempo que construímos debaixo de obstáculos, embaraços e relutâncias, circunstâncias que depois de auferidas dizemos que fomos perseverantes.
Também não percebemos que com cada desafio superado um pedaço de nós fica ali nos destroços, e com isso começam a surgir marcas, algumas intrínsecas, outras extrínsecas e visíveis como as marcas de expressão impressa em nosso rosto, e a esses sinais chamamos de experiência.
Nossa vida é construída de momentos, pessoas, lugares e assim por diante, toda vez que um momento é deixado para trás, que alguém se vai, que nos mudamos, inevitável e inconscientemente parte de nós está morrendo, a isso chamamos nostalgia, saudosismo.
Quando construímos sonhos que nunca passarão de devaneios, utopias ou no mínimo a projeção de um futuro ideal, e vemos cada detalhe se esvair por entre as poeiras do tempo, e de camarote observarmos nossas aspirações se diluindo entre casos e acasos, da mesma forma parte de nós vai junto, morremos, e assim denominamos frustração.
E após tudo isso, após algum tempo encontramos a morte de verdade, sentimos canseira e enfado, e ai tomamos consciência de que já estavamos mortos há muito, muito tempo, entendemos que cada situação vivida levou um pedaço de nós, e tudo o que nos resta agora é um pedaço de carcaça que teima em ficar de pé, como definiu Moisés: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” Sl 90:10.
Talvez por isso Salomão dissesse que tudo é vaidade e correr atrás do vento, que tudo não passava de ilusão. (Ec 1:2).
Alguém escreveu: "Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão." Esse pode ser o segredo da vida, e se for ai está a explicação do porque muitos de nós estão mortos mesmo ainda possuindo fôlego de vida em seus corpos. Acho que nos esquecemos do que disse Jesus: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (MT 6:25). Ou ainda: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16:33).
Talvez devêssemos cuidar, zelar e viver em função da única coisa que a morte não conseguirá tirar de nós, pois, quando tudo terminar e nem mesmo a matéria subsistir, “após a morte seguirá o juízo”: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo...” Hb 9:27.

Pr Paulo Fernandes.
Igreja Presbiteriana Ebenezer Araçatuba.
 


Perdidos em sua própria motivação.

“A luz que brilha mais longe é aquela que já brilhou perto...” Oswald Smith.
As vezes penso se, todos os que estão dentro de Igrejas sabem o que estão fazendo, se estão realmente convictos do que implica ser o que dizem que são! E na maioria das vezes concluo que não, a maioria não tem a menor idéia do que estão fazendo e nem de onde querem chegar.
Oswand Smith resumiu bem a alma de um verdadeiro influenciador, partindo de uma premissa Bíblica: E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Mc 10:44. É interessante que ser humano é ser humano independente da época idade e aspectos sociais sobressalentes. O homem não sabe esperar o seu tempo, não sabe dar um passo de cada vez, e por conta dessa falha de conduta ao invés de se converter, se convence. O pior é que muitos andam até uma certa altura como se fossem convertidos, camuflam-se de maneira exímia, pois na verdade nunca compreenderam verdadeiramente o significado de ser um Cristão.
É notório a arrogancia de muitos  - permitam-me fazer um neologismo – “embibliados” pessoas que começam a descobrir “doutrinas, dogmas, ideologias” lendo gibis e acreditam verdadeiramente que conhecem o que estão se propondo a fazer, não passam de tribos cujo dialeto evangeliquês é predominante e o vazio é o máximo que conseguem atrair para si.
Ora! Oswald Smith em outras palavras disse que, só pode expandir seus horizontes aqueles que já fizeram história até onde estende suas sombras. Pessoas que não são capazes de produzir se quer uma frase sem pegar carona no juizo dos outros, que tudo o que sabem foi plagiado de alguma “mente brilhante” e trnasferida legalistamente a’la fariseu; há uma vida insignificante e mísera, sem sentido totalmente vazia, nunca poderá brilhar quanto mais expandir-se, no sentido de fazer a diferença na obra de Deus.
As vezes vejo pessoas levantando bandeiras de movimentos sérios, que realmente fazem a diferença, porém, sei que os envolvidos não passam de agitadores, pois como pode alguém orar pela Igreja perseguida, por missões internacionais sem nunca ter orado por sua cidade, pelo seu país, ou ainda sem trabalhar o Evangelho em sua própria família?
É algo paradoxal, como algo pode brilhar sem que haja luz? A resposta para esse tipo de “crentes” é arrependei-vos! Pois, ao pensarem que estão ajudando acabam por atrapalhar, se perdem em suas próprias motivações!
Motivações que nascem no ego e morrem no comportamento, algo para realmente ser motivado deve estar disprovido de si, deve estar entregue Àquele e somente Ele que muda o coração do homem, que esquadrinha pensamentos e age em comportamento; Jesus Cristo.

Pr Paulo Fernandes.
   

O evangelho institucional


O Evangelho todo, para todo homem e o homem todo. Trata-se de uma afirmativa impactante, uma vez que trás consigo toda responsabilidade da “Missio Dei”. É interessante o contraste existente entre tal proposição e a real aplicação da mesma, sendo que o enunciado no final do século XX e começo do século XXI foi: “O mundo está evangelizado, logo o mesmo precisa ser pastoreado”! 
Levando em conta a real aplicação do termo “Evangelho”, entende-se que o termômetro que mede a extensão e a profundidade de abrangência do Evangelho não são números, “Igrejas” lotadas; mas sim, a transformação empreendida no “homem todo”. Sendo assim, o “Evangelho” pregado por parte da Igreja é institucionalizado, ou seja, visa à manifestação de dogmas relacionados à religião e não a Bíblia ou a pontos essenciais e fundamentais do Evangelho segundo Jesus Cristo.
Essa institucionalização do Evangelho leva a evangelização a um patamar de interesses pessoais, muitas vezes financeiros, criando um verdadeiro comércio eclesiástico. Cada “instituição” tem sua missão em particular paralela ou ainda declaradamente alienada a “Missio Dei”.
Perdeu-se o conceito de Evangelho, e assim não há Evangelho todo, pois a fragmentação da Boa Nova levou a banalização da Mensagem coibindo o alcance da Missio Dei a todo homem e sua aplicação ao homem todo.
Nesse contexto, o mundo necessita de ações que envolvam a sociedade como um todo, o “Homem Todo” do Ide de Jesus precisa fazer sentido e ser aplicado por um Evangelho genuíno, autêntico e livre de arbitrariedades institucionais. 


Pr Paulo Fernandes
Igreja Presbiteriana Ebenezer de Araçatuba

Além do que os olhos podem ver...

A adaptação é sem dúvida uma das incríveis características do ser humano. Você já reparou como nos adaptamos a praticamente tudo, mesmo que esse tudo seja uma situação bastante difícil? É nesses momentos que nos conhecemos de uma forma especial, peculiar, descobrimos que temos “coisas” atributos dentro de nós que nem poderíamos imaginar.
Sempre quando me refiro a esse assunto lembro-me do filme “Coração Valente – Mel Gibson”; sofro com Willian Wallace, porém ao mesmo tempo fico pensando que se a tragédia da morte de sua amada esposa não tivesse ocorrido talvez Wallace não descobrisse o que realmente habitava o seu interior, talvez nem sequer tivesse ciência de quem realmente era.
Viver não é fácil, mas também não deve ser um caos, um desastre. Não há um manual que nos avise, norteie ou ainda dê ao menos uma idéia do que é a vida e de como devemos nos portar diante dela. Ainda bem! Pois, é exatamente por isso que a vida é interessante.
Olha que coisa incrível; nós desde que nascemos aprendemos, referenciamos, e abstraímos conhecimento, tendo sempre outro ser humano como exemplo, no entanto, mesmo usando o próximo como referência nossa vida nunca é igual a do nosso semelhante. Aprendemos a andar geralmente com nossos pais, entretanto, nosso andado nunca é idêntico ao deles. Aprendemos a ler e a escrever geralmente com uma professora, porém, nunca nossa forma de ver um texto ou nossa escrita será sequer parecida com a de nossos tutores.
É incrível a capacidade de absorção que nós temos, e quando colocamos esta em paralelo com a capacidade de adaptação desfrutamos de experiências incríveis.
Você já parou para pensar que, tudo o que você é hoje, só é possível porque você foi influenciado por alguém, seja positiva ou negativamente! Tudo o que somos hoje é fruto das conexões que fizemos durante os anos que antecederam este momento, trazendo-nos até aqui. Temos um pouco de cada pessoa que passou pela nossa vida, nossos pais, amigos de infância, professores, o dono da venda onde íamos comprar doces, a tia que fazia o melhor brigadeiro, e assim por diante.
Muitas vezes olhamos para uma pessoa de modo superficial e sequer temos a idéia de quem realmente ela é.
Pena que hoje em dia nosso mundo globalizado, capitalista e individualista não permite uma aproximação mais expandida a ponto de conhecermos alguém dessa forma, descobrindo como ela chegou a ser quem é hoje, saber de suas conexões pessoais, aprender com suas derrotas, sofrer com suas perdas e vibrar com suas conquistas.
Uma das coisas que o homem mais tem prazer em fazer é conversar, prosear como diriam os mais “vividos”; é prazeroso falar das coisas que vivemos, ouvir os contrastes vividos pelos outros, compartilhar idéias principalmente se essas conversas forem desenroladas em uma roda de amigos, regado por boa comida.
Uma das características marcantes de experiências partilhadas entre seres humanos, é inevitavelmente o comparativo que desenrolamos entre a vida do nosso próximo e nossas vidas, é nesse momento que vamos além do que os olhos podem ver.
Quando eu ouço alguém suspirar, "A vida é dura", eu sempre sou tentado a perguntar, "Comparado a que?" (Sydney J. Harris)
Fiquei pensando nessa frase por alguns minutos, enquanto digeria os primeiros seis capítulos do livro “Muito longe de casa – memórias de um menino soldado – Ishmael Beah”.
“Estou empurrando um carrinho de mão enferrujado numa cidade em que o ar cheira a sangue e carne queimada. A brisa traz o pranto débil de corpos mutilados que dão seus últimos suspiros. Caminho entre eles. Faltam-lhes pernas e braços; massa encefálica sai por seus ouvidos e narinas. As moscas estão tão excitadas e intoxicadas que caem nas poças de sangue e morrem. Os olhos dos que estão quase mortos são mais vermelhos do que o sangue que sai deles, e parece que a qualquer instante seus ossos vão rasgar a pele de seus rostos tesos. Eu viro meu rosto para o chão para olhar meus pés. Meus tênis esfarrapados estão encharcados de sangue, que parece escorrer da minha bermuda do exército. Como não sinto dor física, não tenho certeza se estou ferido. Consigo sentir o calor do meu rifle AK-47 nas minhas costas; não me lembro quando atirei com ele da última vez.” Ishmael Beah (Muito longe de casa – cap 2, pag 21 e 22)."
Neste trecho o autor relata um dos tantos pesadelos que o assolavam, por ter visto as atrocidades cometidas em nome da liberdade; os destroços de uma guerra.
Intrigou-me saber a idade do autor, nascido em 1980, pois a maioria dos livros que li cujo tema tenha chamado a atenção por ser digno de notoriedade até então eram antigos, e suas datas bem distantes da minha realidade.

Espantei-me quando Beah descreve um acontecimento ocorrido em 1993, o mesmo estava com 13 anos. O espanto veio não apenas pelo acontecido, mas também pelo ano, muito recém. Peguei-me pensando o que estava fazendo nessa data (com 10 anos). E comecei a me recordar de alguns fatos que me sobrevieram no ano de 1993 e cheguei à conclusão de que o fato de maior importância, fora minha mudança de escola e algumas indagações naturais da idade (pelo menos para mim), como: Porque não podemos ter tudo o que queremos? Porque precisamos estudar? Porque existe tristeza? Enfim coisas desse tipo.
Em contrapartida o pequeno africano lutava pela sua sobrevivência, passando fome e duvidando da veracidade da vida, lutando entre o que considerava real e as alucinações oriundas das cenas que presenciara.
O intrigante é que talvez mesmo com todas as “mordomias” que tinha, considerasse minha vida dura; e talvez fosse, em alguns aspectos, porém, se comparada a de muitos garotos africanos da mesma idade nesta época, minha vida fosse um mar de rosas. E é ai que está o problema, nós seres humanos temos uma visão extremamente limitada, não conseguimos enxergar além daquilo em que vivemos, com um agravante, a única forma de nos conectarmos conscientemente com a necessidade do próximo é em um envolvimento visceral, pouco ou quase nada praticado hoje. Você já parou para pensar que enquanto lê essa mensagem, possivelmente em sua casa, alguém pode estar lutando para sobreviver?
Ou nem precisamos ir tão longe, pode ser que convivemos com alguém que tenha vivido algo inóspito, e pelo fato de nunca termos tido interesse em nos referenciarmos na experiência do outro, não temos a menor idéia do que tenha acontecido com quem convive conosco praticamente todos os dias.
Esse é um problema que tem invadido as igrejas do século XXI, não apenas no âmbito de membresia, mas em gabinetes pastorais. O relativismo tem consumido nosso relacionamento com os membros de nossas comunidades, e impedido de nos comunicarmos com quem esta de fora. A responsabilidade de evangelizar já não é mais relevante entre nós, e o reflexo disso é a apresentação de um “evangelho inócuo” sem efeito algum, insípido.
Infelizmente nós os pastores temos usado nossa capacidade humana de adaptação e absorção contra nossos ministérios, ao invés de usarmos a favor. Desenvolvemos a psicoadaptação em detrimento as frustrações ministeriais oriundas de nossa incapacidade de comunicação com pessoas ainda não alcançadas pelo evangelho, e a reminiscência desse comportamento só poderia ser a fragmentação da “Boa Nova” e o descrédito da igreja por parte da sociedade.
A relevância deste tema vai do compromisso com a “Missio Dei” ao conceito apresentado por “Buber” acerca do envolvimento coletivo na busca por Deus.
Ora! A igreja deveria ser a mediadora entre as necessidades sociais e a Vontade de Deus, uma vez que ela é teoricamente a detentora do “shalon”, o veículo de comunicação do homem para com Deus.
Ribeiro de Rosas escreve:
“A maior façanha da história da resolução da problemática do Homem surge em 26 de Junho de 1945 / 24 de Outubro de 1945, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Acreditava-se que cumpriria com o seu objetivo de criação, que era “Manter a paz e a segurança internacionais” que se circunstanciava em dar resposta aos anseios dos povos pobres. Durante os últimos anos, porém, a ONU perdeu seu papel principal, passando a ser o espectador perante a saga dos mais poderosos, o que tornou os países pobres e indefesos, completamente vulneráveis e à mercê dos caprichos dos donos do mundo; e ao meu ver, se não for pela intervenção Divina, nos próximos anos poderemos assistir (aqueles que ainda estiverem vivos) ao atropelamento bélico de nossos países por parte dos donos do mundo.”
Estamos frente a uma crise social gravíssima, sendo a causa à negligência da igreja e o efeito disso a manifestação de sintomas psicossomáticos e doenças relacionadas à mente, estresse, drogas etc.
Frente a tudo isso, minha conclusão repousa sobre a necessidade de envolvimento pessoal, intrínseco e espiritual, primeiro do Líder, do Pastor, e depois da comunidade religiosa, da Igreja, como missão, responsabilidade e convicção.

Pr Paulo Fernandes.
Igreja Presbiteriana Ebenezer Araçatuba.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A mensagem de Deus para as pessoas que perderam a esperança.

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Amados gostaria de indicar a vocês este livro, cujo autor Ribeiro Tenguna tem trabalhado conosco na IEPE de Araçatuba. Esse livro vem contextualizar a vontade de Deus para nossa geração, dismistificando algumas "teorias" de alto ajuda gospel.
Deus abençoe e boa leitura!
Pr Paulo Fernandes.


Um pedófilo deve ser castrado, ou pode ser recuperado? Um viciado em drogas dever ser condenado, ou pode ser transformado? Um assaltante perigoso deve ser renegado, ou pode ser salvo? Ainda há esperança para um menino que está na FEBEM, ou é caso perdido? Haverá uma maneira de ajudar um traficante de drogas a mudar de profissão? Um ex-presidiário deve ser excluído da sociedade, ou Deus pode transformá-lo numa pessoa útil para a família e a sociedade? Este livro, escrito sob ponto de vista de um escritor e teólogo africano, leva uma mensagem de esperança para os corações que perderam a fé e o desejo de continuar vivendo. Sua luta para a libertação de seu filho viciado em drogas pode ter fim. Há solução de mudança de vida para ele. Assim como um viciado em drogas considerado irrecuperável e que já provocou transtornos para a família e a sociedade, um traficante de droga, um bêbado imperdoável e que tem enchido toda vizinhança com seus urros de xingamentos ou que quebra a porta da casa para consertá-la do dia seguinte, depois de bater na esposa. Um pedófilo que merece a forca. Um ex-presidário que cometeu crimes hediondos. Uma pessoa que posou nua ou fez filme pornô. Ditadores podem declarar e serem salvos. Governantes corruptos são aceitos. Financiadores de guerras são anistiados. Traficantes são absolvidos. Tudo porque, como o eunuco, confessaram que “Sim, eu creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”. Pessoas que a sociedade julgou e puniu severamente. Todos estes podem ser alcançados pela salvação. Todos eles podem ser libertos dos seus vícios. A misericórdia de Deus pode transformá-los de forma inacreditável. Se você tem uma pessoa problemática na família, comece lendo este livro. Se você já acorrentou seu filho para salvá-lo da maldição das drogas, leia este livro, orando e lendo a Bíblia Sagrada. Se você está numa prisão, pode encontrar ajuda neste livro. Se seu casamento está a um fio, este livro vai ajudá-lo a encontrar o caminho para a restauração. Até mesmo os piores pecadores e homens desprezíveis cabem admiravelmente nos braços amorosos de Deus, através da salvação oferecida em nome do seu Filho Jesus Cristo. Este livro é baseado na Bíblia Sagrada, cuja mensagem inclui as promessas da vitória em meio a todas as suas lutas. Atos 8:37 nos parece trivial, à primeira vista, mas é profundo e revelador. Ribeiro Tenguna apenas o desembaraça para você. Afinal, como o eunuco, todos nós precisamos de um encontro com Cristo Jesus, o único capaz de curar o coração humano.
Ribeiro Tenguna.
Para Que quiser saber mais segue o link:

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

QUAL A AÇÃO DA FÉ EM NÓS?


Texto: Hebreus 11:1-40; 12:1-3.


A FÉ NOS FAZ:


ENTREGAR – Tudo o que temos ou somos – v.4


Muito se tem falado e escrito a respeito do texto que relata a oferta de Abel e a oferta de Caim. Alguns dizem que Deus não recebeu a oferta de Caim, por tratar-se de frutos da terra e não de um animal, como ofereceu Abel. Particularmente não vejo diferença entre a oferta de um e de outro, pois mais adiante já no período da Lei, havia o oferecimento dos frutos da terra, como oferta ao Senhor.


O que nos chama a atenção neste episódio é que Abel veio totalmente resignado perante Deus, fez uma oferta que se constituiu numa completa entrega a Deus dos seus bens e de si mesmo. O que se deduz é que Caim era do maligno e não havia sinceridade no que ofertava, pode ser que a oferta foi um tipo de competição com seu irmão, para ver quem apresentava a melhor oferta diante de Deus. Não havia um coração quebrantado, não havia uma entrega total! Há um paralelo no Novo Testamento, no livro de Atos capítulo cinco (5), no episódio de Ananias e Safira. Perceba que Deus não aceitou a "oferta", pois foi oferecida com o intuito de causar boa impressão nos demais membros da comunidade a que pertenciam em face de outras contribuições dadas por pessoas que vendiam suas propriedades e traziam o produto da venda, depositando-o aos pés dos apóstolos. Tivesse Caim aparecido diante de Deus totalmente resignado e este teria aceitado sua oferta também.


Abel está na galeria dos heróis da fé, por causa da sua atitude de total entrega. Isto é Fé!


AGRADAR – Andando em comunhão com Deus. v.5


O que a Bíblia relata acerca da vida de Enoque? Praticamente nada! Por isso especular a respeito do que fez Enoque para constar da galeria dos heróis da fé é temerário. Olhando pelo aspecto dos dias atuais, não haveria nada que justificasse este homem ser chamado de herói da fé, principalmente se o analisarmos sob a ótica da Teologia da Prosperidade, Confissão Positiva e a pregação do triunfalismo da fé na Fé!


Mas então o que fez este homem? A Bíblia responde: "Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si." (Gênesis 5:24); "Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação obteve testemunho de haver AGRADADO a Deus." (Hebreus 11:5). O livro do profeta Amós nos traz uma pergunta intrigante: "Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?" (Amós 3:3). Creio que a comunhão deste homem com Deus foi uma comunhão perfeita a ponto de Deus o tomar para si. Existe uma frase colocada em adesivos que me chama a atenção. "Diz a frase: 'Andar com Jesus no peito é fácil, difícil é ter peito para andar com Jesus." Andar com Deus para agradá-lo, só quando se morre totalmente para o mundo e os seus prazeres passageiros e vive-se totalmente para o louvor de sua glória. Isto é Fé!


SERVIR - Quem se entrega e agrada a Deus, passa a servir aos outros. v.7


Noé é outro que está citado nesta galeria dos heróis da fé. Por quê? Porque creu na palavra de Deus, não para obter proveito próprio, mas para salvar o maior número de pessoas que dessem crédito à sua pregação. Noé falou de uma chuva torrencial que haveria de cair sobre a terra, inundando-a a ponto de destruir todo o ser vivente que não estivesse na arca. Foi tido como louco! "É como nos dias atuais, em que pregar a volta de Jesus, afronta os falsificadores da Palavra" que desejam vida longa e eterna para os que os ouvem. Pensam que Jesus não voltará, pois isto atrapalharia seus planos mirabolantes de riqueza; na concepção deles é bom não falar disto é coisa de louco, de quem está alienado do tempo presente! Noé creu na Palavra de Deus: "Pela fé, Noé divinamente instruído acerca dos acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé." (Hebreus 11:7). Crer na Palavra de Deus, para aguardá-lo, proclamando a salvação, isto também é Fé!


OBEDECER – Quem é servo obedece. v. 8


Abraão é chamado de o "Pai da Fé". Como se chega a este ponto de ser chamado "Pai da Fé"?


Sua trajetória começa com a chamada de Deus para que ele saísse de sua casa e da casa de sua parentela, "para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber para onde ia". (Hebreus 11:8).


Nos dias atuais parece que os papéis se inverteram: São os homens que determinam e Deus deve obedecê-los naquilo que determinam! Não aceitam mais a vontade de Deus; a vontade que tem de prevalecer é a minha! A oração do "Pai Nosso", modelo de oração que Jesus deixou para os seus discípulos, já não faz sentido para muitos nos dias de hoje, pois por suas atitudes já não são mais de servos e sim de "senhores", já que não aceitam as circunstâncias provindas de Deus (eu não aceito esta doença, este desemprego, pagar aluguel, não ter um automóvel e etc.) e ainda passam a dar ordens no "mundo espiritual" para que as coisas aconteçam. São servos tais homens? Servo veio para servir, obedecer, seu Senhor, no nosso caso, o nosso Deus. Jesus foi nosso maior exemplo de obediência. Paulo escreve na sua carta aos Filipenses dizendo o seguinte: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz." (Filipenses 2:5-8)


RECEBER – Quem obedece recebe promessas. v.11


Sara e Abraão não tinham um filho legitimo. O anseio do velho patriarca era deixar descendência para a posteridade. O fato de Sara entregar a Abraão sua serva Agar para que este a possuísse mostra a ansiedade de ambos com sua descendência!


Deus nos mostra que não é preciso torturar-se por algo que nos é necessário. Enquanto fazemos a sua vontade ele vai acrescentando à nossa vida material o que precisamos.


O Salmo 127 deixa-nos uma lição do cuidado de Deus para conosco, quando o salmista diz que "Inútil vos será levantar de madrugada repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá (o pão, a subsistência, o abrigo, o vestuário, a descendência, a restauração da saúde e tudo mais que for necessidade nossa, sem que lho pedimos!) enquanto dormem." (Salmo 127:2). Quem dorme está apto a fazer algum pedido? Creio que não! Isto mostra que a oração é um meio para que saibamos a vontade de Deus para as nossas vidas e não um muro de lamentações, onde só apresentamos necessidades puramente materiais esquecendo-nos do mais importante que é "Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e estas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6:33). Sem que lhes pedissem um filho, Deus faz uma promessa a Abraão, cumprida mais tarde, quando já não havia mais a possibilidade humana para que tal fato acontecesse! Obedecer, isto também é fé.


OFERECER – Quem recebe promessas, as oferece a Deus. v.17


Abraão recebe a promessa de Deus, vê o cumprimento desta promessa e depois é colocado à prova. Será que realmente amamos a Deus a ponto de oferecer a ele o que nos é mais precioso? Abraão demonstra não só o seu amor por Deus como também a sua total obediência e dependência dele, rumando para o monte Moriá onde ofereceria seu único filho em sacrifício a Deus! Apanhado de surpresa ao ver a lenha, o fogo e o cutelo, o rapaz pergunta para seu pai: Onde está o cordeiro? A resposta: O cordeiro para si Deus proverá!(Genesis 22:8). Deus nos mostra o seu infinito amor, quando nós ainda pecadores perdidos, ofereceu seu único filho para morrer em nosso lugar para nos perdoar das nossas transgressões e no dar a certeza da vida eterna! Por que então nos recusamos oferecer a Deus, aquilo que ele nos dá? É dele! Portanto ao oferecermos algo a Deus, como resultado de suas promessas, na realidade não estamos oferecendo e sim devolvendo a ele aquilo que lhe pertence por direito!


Jó, homem temente a Deus, soube expressar o seu sentimento, quando através de mensageiros tomou conhecimento das tragédias que se abateram sobre seu gado, seus servos e seus filhos. Disse ele: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!" (Jó 1:21). Ao expressar-se assim, reconhecia a soberania de Deus e o direito que ele tinha em pedir de volta aquilo que é seu!


Abraão soube entender isto e ofereceu Isaque, ainda que não concretizasse o sacrifício, ficou claro que ele não estava preso ao que Deus lhe havia dado. O Senhor deu o Senhor poderia querer de volta o que havia dado. Isto também é fé!


ABENÇOAR – Quem oferece promessas, abençoa a outros. v.20


Isaque é o filho da promessa! Portanto Isaque é a promessa de Deus para a vida de Abraão, que sem questionar o ofereceu a Deus. Como resultado de sua obediência, o Anjo do Senhor bradou do céu a Abraão e disse: "Jurei, por mim mesmo, diz o Senhor, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia da praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedecestes à minha voz." (Genesis 22:15-18).


Isaque podia abençoar sua descendência, como resultado da benção de Deus na vida de seu pai!


Quem oferece promessas é abençoado e pode abençoar a outros! Isto também é fé!


RECUSAR – Quem é abençoado, recusa prazeres terrestres. V.24


Moisés só viveu porque Deus permitiu! O nascimento de Moisés deu-se em meio a um momento de grande perseguição por parte do Faraó, não permitindo que os meninos nascidos dentre os Hebreus, sobrevivessem para aumentar ainda mais o número deles no Egito. A benção de Deus é vista no fato de que o plano elaborado para sua sobrevivência concretiza-se quando a filha do Faraó vem banhar-se nas águas do Nilo e encontra o menino dentro de um cesto de junco as margens do rio.


Moisés tem então a oportunidade de crescer e ser educado em toda a ciência do Egito, o que mais tarde vai se mostrar valioso, até o ponto que Deus intervêm nesta trajetória, mudando o curso da história daquele jovem, forçado a fugir para o deserto, abandonando os prazeres do Egito e mais tarde preferindo ser maltratado com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado! (Hebreus 11:25).


O evangelista João assim expressou-se em sua carta: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente." (I João 2:15-17). Moisés não amou o "mundo", recusou-se amar o "mundo", mas permanece para sempre, aguardando a manifestação dos filhos de Deus em glória! Recusar o desejo exagerado de bens materiais (concupiscência), recusar o afago do mundo, recusar a glória que o mundo oferece e humilhar-se ante a potente mão de Deus, isto também é fé!


ABANDONAR – Quem recusa prazeres terrestres abandona o passado. v.27


Moisés abandonou o Egito, símbolo do passado de escravidão para o povo de Deus, embora não para ele, preferindo tornar-se um igual aos seus irmão, como se ele mesmo tivesse vivido como escravo, para rumar para uma terra que não conhecia, mas que era promessa de Deus, de liberdade e de prosperidade!


Deus nos tem resgatado da escravidão e da maldição do pecado (Egito) chamando-nos para morar em uma nova terra, o céu, que agora não vemos, mas sabemos com certeza que ele nos espera. Moisés permaneceu firme como aquele que vê o que é invisível e nós devemos permanecer firmes também na esperança da Jerusalém eterna! Isto também é fé!


CELEBRAR – Quem abandona o passado celebra a libertação. v.28


Quando o povo estava prestes a deixar o Egito, celebraram a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas.


A nossa páscoa verdadeira é Jesus, que derramou seu sangue por nós e deu-nos libertação do pecado (passado, Egito) não permitindo que o maligno tocassem em nós, assim como o anjo da morte não tocou nos primogênitos dos hebreus, por causa do sangue nos umbrais das portas! Celebramos sempre e com muita freqüência esta libertação (Santa Ceia). Isto também é fé!


SUPORTAR – Quem celebra a libertação suporta a provação. vers. 37, 38, 39 e 40.


Fé não é somente celebração e vitória é também provação! O texto nos diz que muitos pela fé "foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados." (Hebreus 11:37-40).


Passar por diversas provações como se coisa estranha nos acontecesse (I Pedro 4:12-19) e suportá-las com a ajuda de Deus, isto também é fé!


PERSEVERAR – Quem suporta a provação persevera na santidade. 12:1


Quem suporta as provações, persevera na santidade. Diz-nos o escritor aos Hebreus: "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas (os heróis da fé, citados no cap. 11) desembaraçando-nos de todo o peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança, a carreira que nos está proposta,"
(Hebreus 12:1). Perseverar na santidade, isto também é fé!


OLHAR – Quem persevera na santidade é porque está olhando somente para Jesus! 12:2Só podem perseverar na santidade, aqueles que estão vendo o que é invisível e "olhando para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus." (Hebreus 12:2)


CONCLUSÃO:- Esta é a sua fé?


Pr. Ubirajara Quintino

Pastor Titular da Igreja Evangélica Presbiteriana Ebenézer na cidade de Americana – SP.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Armadura de Deus

Texto Base: Efésios 6:10-20.

Como todo bom cristão, desde muito cedo, lemos e aprendemos sobre o texto de Efésios 6:10; porém, muitas verdades contidas ali, na maioria das vezes, nos passam desapercebidas.

Criou-se quase que um misticismo em torno deste texto, pelo fato de testificar acerca do mundo espiritual, e de como é a sua interação no mundo material. E é justamente por isso, que propomos esta reflexão tendo por tema: “A armadura de Deus”.

Efésios 6:10-12 diz:

"Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes."

Algumas palavras nestes versos nos chamam atenção, e nossa definição será erigida em cima destes vocábulos.

FORTALECIDOS no original grego ENDUNAMOO que quer dizer: ser forte, revestir-se com força, fortalecer; receber força, ser fortalecido, crescer em força.

FORÇA quer dizer: poder: forte com grande poder; uma ação poderosa, um obra de poder.

É interessante, como o autor da epístola aos Efésios coloca a palavra REVESTIR, que quer dizer: entrar numa (roupa) , vestir-se. Denotando a responsabilidade individual de cada um em se preparar.

Paulo, também fala sobre a nossa luta: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne...”; aqui o apóstolo usa um vocábulo interessante – PALE, que quer dizer: luta romana (competição entre dois, no qual cada um se esforça para derrubar o outro, e que é decidido quando o vencedor é capaz de manter seu oponente no chão com seu braço sobre o seu pescoço).

Observe que antes de falar sobre a luta, Paulo escreve sobre “poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo”. Essa frase traz uma idéia de: causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer.

É fantástico o paralelo que Paulo traça entre a luta romana e a batalha do cristão. O autor, ainda comenta, sobre os oponentes daqueles que são filhos de Deus: “... os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celeste”.

O apóstolo aqui sinaliza de onde vem e quem são os verdadeiros “INIMIGOS” do Cristão. Exemplo disso, está em Daniel 10.

Paulo denomia este mundo de tenebroso: da ignorância a respeito das coisas divinas e dos deveres humanos, e da impiedade e imoralidade que a acompanha, junto às suas misérias conseqüentes no inferno; pessoas nas quais a escuridão se torna uma realidade que as governa.

Em meio a tudo isso, nós que estamos em Cristo nos portamos como um diferencial, não apenas de modo individual, mas coletivo. Ou seja, é nossa responsabilidade agirmos como soldados, e partir para a batalha com autoridade e convicção daquilo que somos, e de onde vem nosso Poder.

“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”. I Jo 5:19

Pr. Paulo Fernandes
Igreja Evangélica Presbiteriana Ebenézer - Araçatuba - SP.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

TEMPERAMENTO DESCONTROLADO E CARÁTER DEFORMADO

Texto:- Gênesis 1.26-31

Introdução: O que está acontecendo com o ser humano? Faço esta pergunta em razão da avalanche de informações, noticias divulgadas principalmente pela mídia televisiva, relatando casos de estupros, pedofilia, apropriações indébitas, assassinatos, roubos, furtos, improbidade administrativa e etc.

O que leva um homem, médico renomado, a abusar de suas pacientes dentro de sua clínica de reprodução humana, enquanto adormecidas? O que leva um pai a abusar sexualmente de um bebê de quatro meses de idade? O que leva um religioso a abusar de crianças que o procuram? O que leva um sexagenário administrador público, pai de família, a levar para um motel três adolescentes com idade média de quatorze anos? O que leva um político renomado, a se apropriar do bem público como se fosse sua propriedade particular? O que leva um empresário ou empresária bem sucedido (a) a trilhar o caminho do contrabando? O que leva um assaltante a balear a vítima, matando-a, sem nenhuma reação da mesma?

São inúmeras as situações que poderíamos mencionar aqui com casos específicos e ao final ficarmos nos perguntando: Por quê? Antes de levarmos esta discussão para o campo espiritual, vamos analisarmos os componentes da personalidade humana, para podermos entender bem estas situações criadas pelas pessoas acima citadas.

A personalidade humana é composta do temperamento e do caráter. São elementos distintos como veremos a seguir.

Esta teoria foi desenvolvida por Clonninger, que acreditava ser a personalidade formada por dois componentes, o temperamento e o caráter.

TEMPERAMENTO

O temperamento seria a porção da personalidade herdada, e composto por traços: busca pela novidade, esquiva ao dano, persistência e dependência de gratificação. Tais traços determinam a suceptividade do individuo a processos neuroquimicos específicos gerando emoções e interferindo nos processos de aprendizagem.

Segundo alguns estudiosos da psicologia e da psiquiatria, os temperamentos podem ser divididos em quatro grupos, aceitando uma teoria de Hipócrates (460 a.C.). Os temperamentos segundo esta teoria são os seguintes: Sangüineo, Colérico, Melancólico e Fleumático. O temperamento representado por nós ou reconhecido como “gênio”, está diretamente ligado ao emocional. Pode ser observado nos primeiros anos de vida. Muitas vezes as mães dizem que seu filho é bravo, genioso e nervoso. Notamos que reforçam ainda dizendo: “É nervoso como a mãe ou é como o pai escrito”. É o conjunto de características positivas e negativas com as quais nascemos, ou seja, é uma herança genética. Ninguém escolhe o temperamento com o qual o seu filho ou sua filha nascerá!

O temperamento pode ser lapidado, aperfeiçoado, por meio de disciplina e educação na infância, por meio da prática e doutrinação religiosa.

Entendendo que o temperamento pode ser lapidado, aperfeiçoado e controlado, afirmamos que nem toda atitude do ser humano é devido ao seu temperamento. O colérico pode através da intervenção de Deus, ser perfeitamente controlado e não dar vazão ao seu temperamento explosivo, assim como o sangüíneo que tem quase que as mesmas características do colérico, pode também deixar Deus, através do Espírito Santo, controlá-lo. Pedro, discípulo de Jesus era sangüíneo colérico! Quando foram prender Jesus, para o julgarem e posteriormente o matarem, diz-nos a bíblia que Pedro arrancando da espada cortou a orelha do servo do sumo sacerdote. Ao que lhe advertiu Jesus dizendo: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada a espada perecerão. (Mateus 26.47-52). Logo após a ressurreição de Jesus, Pedro foi interrogado pelo Mestre a respeito de seu amor por ele. Com as perguntas feitas por Jesus a Pedro, e as respostas dadas por este, fica clara o processo de controle do temperamento pelo qual Pedro estava a submeter-se e que se completaria no Pentecostes, quando surge um novo Pedro: Não o colérico, mas o sangüíneo, líder, e intrépido, que corajosamente enfrenta os judeus, não mais com a espada, mas com a pregação da palavra. Isto é válido para todos os temperamentos. DEUS não muda o nosso temperamento, antes nos ensina a produzirmos os frutos do Espírito, resultado claro da atuação de seu espírito em nós. O apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas diz o seguinte: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gálatas 5.22-25). Quando Paulo está falando que os que são de Cristo crucificaram a carne, significa dizer que Deus os possui de tal maneira através de Jesus e do Espírito Santo, que os ajuda a vencerem a herança genética má, que todos os homens herdam ao nascer. (Romanos 6.23).

O que vemos nas noticias acima descritas em forma de perguntas, nos mostram que muitas atitudes vem de um temperamento descontrolado, mas nem todas! A boa notícia é que o temperamento pode ser controlado pelo Espírito. Quando o homem reconhece que é pecador e precisa da Salvação que vem de Deus, este passa a controlá-lo, para que possa ser diferenciado dos demais homens.

CARÁTER

O caráter seria a porção aprendida, influenciada pelo temperamento e ao mesmo tempo influenciando-o. O caráter é composto principalmente de conceitos internalizados sobre o mundo e o individuo em si. Também pode ser dividido em traços: auto-direcionamento, auto-transcendencia e cooperatividade.

O caráter no Brasil ou carácter em Portugal, em psicologia é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento, este, sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.

Caráter é a soma de hábitos, virtudes e vícios, é a imagem interior de uma pessoa.

Caráter, em sua definição mais simples, resume-se em índole ou firmeza de vontade.

O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante. Tais variações podem ser inúmeras.

O caráter sofre as influências pelo meio em que é submetido. É verdade que o ser humano demonstra algum "tipo de caráter" nos primeiros dias de sua vida, mas não passa de uma ilusão, pois o conteúdo que difere as crianças umas das outras é a quantidade de energia. Isto é, as mais agitadas diferem das mais quietas. Certo que a formação do caráter sofre essa influência, mas tal influência fica muito abaixo das influências do meio. Por exemplo, indivíduos muito agitados podem tornarem-se no futuro grandes guerreiros de uma causa, militares entusiásticos e incorruptíveis, militares traidores, políticos corruptos, criminosos sanguinolentos... Assim também como crianças quietas podem ser grandes observadores políticos, cuidadosos militares, líderes que sabem observar seus subordinados (para observar é necessária calma e concentração - mais fácil nas pessoas quietas), pessoas depressivas, agitadas, sem sentimentos, frios criminosos e etc.

São os acontecimentos posteriores, somados com o tipo de pensamento desencadeado no interior da mente e o entendimento sobre si próprio e as suas capacidades, que geram o caráter e os caminhos traçados adiante. Desencadeado pensamentos e ações, onde no começo da vida os acontecimentos no entorno influem nos pensamentos, cria-se uma idéia em mente sobre como que é o mundo e como "sou eu". Tais pensamentos formam o caráter e orientam as escolhas futuras. Contudo é interessante lembrar que quanto mais apoia-se em uma idéia, mas essa vai fixando-se até parecer como "imutável" e algo já "predestinado". Daí pensamentos simplistas crêem que o ser humano nasce com o caráter pronto. São pensamentos esses simplistas e menos elevados que orientaram (e orientam) indivíduos a acreditarem que o criminoso é sempre criminoso, que o burro é sempre imbecíl, o inteligente é e sempre foi inteligente (isto é, não necessitou de fazer esforço), que o forte não se fez forte...

Em fim, o caráter é mutável, mas há de se operar com muita persistência (contra o desânimo inicial das dificuldades e resultados ruins), conhecimento, dedicação, paciência... pois para mudar deve-se agir no âmbito dos pensamentos, e não apenas nas atitudes. Mudando a atitude sem mudar o pensamento, cria-se um diferencial com tendência cada vez maior de união para o lado que já é há muito praticado. Isto é, a atitude inicialmente diferente tenderá a voltar à anterior para se tornar coerente com o pensamento que não saiu do lugar. Daí, o indivíduo deprime-se ou acredita em seu "destino" e "deixa a vida te levar". Por tanto a mudança do caráter passa pela mudança do pensamento - e esse é absoltamente difícil, pois acarreta o abrir mão de vícios, de ter energia crescente para buscar idéias e conhecimentos novos a serem adquiridos e etc. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

Analisando as perguntas na introdução deste texto, podemos afirmar com clareza que maioria dos casos é resultado de um caráter deformado pelo meio em que vivem. O mundo está debaixo da escravidão de Satanás, e faz exatamente aquilo que ele lhes ensina. Lembre-se que o caráter pode ser aprendido, pode ser moldado por ensinos ou exemplos!

Jesus certa feita teve um debate caloroso com um grupo de pessoas, que eram influentes na sociedade judaica da época; eles eram religiosos e políticos. Disse Jesus a Eles: “Se vós permanecerdes na minha palavra sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo procurais matar-me, porque a minha palavra não está em vós. Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós porém, fazeis o que vistes em vosso pai. Então lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8.31-44). Nas palavras de Jesus, podemos observar que o diabo deformou o caráter daqueles homens, pelo ensino, pelos exemplos de má conduta. Coisa própria do diabo!

Ficaria aqui só a impressão que Deus não muda caráter; o homem nasceu assim vai morrer assim! Não! Deus muda o caráter do homem que a ele se submete, aceitando-o como seu Senhor e Salvador na pessoa de Jesus Cristo, seu filho. Jesus disse que “O diabo (ladrão) veio somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10.10).

Jesus chegou um dia na cidade de Jericó, e ali havia um homem que tinha o caráter deformado, seu nome era Zaqueu. Zaqueu era publicano, ou seja, cobrador de impostos do império Romano. Ao longo dos anos que ele tinha desenvolvido a sua atividade pública, ele cobrou impostos, muito acima do que era estipulado pelo império Romano; era prática corrente entre os publicanos, a extorsão, levando-os a se enriquecerem muito. Tal atitude era reprovada pelos judeus, e as pessoas que tinham tais cargos eram odiadas pelo povo que os via como ladrões e traidores da nação. Jesus ao entrar na cidade, observou que Zaqueu tinha subido em uma figueira para vê-lo, pois era de pequena estatura e também temia a reação da multidão que acompanhava Jesus. Jesus parou embaixo daquela árvore, chamou-o pelo nome e disse que queria naquela noite pousar em sua casa. Foi um espanto! Ali estava um homem de caráter deformado, duvidoso, que devia ser excluído da sociedade, e Jesus queria hospedar-se em sua casa? Por qual motivo?

Ah! O motivo! Jesus não somente ensina a controlar o temperamento, mas também muda caráter. Naquela noite, Zaqueu experimentou uma mudança de vida, de atitude, extraordinária dizendo assim para Jesus: “Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje veio salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” (Lucas 19.1-10). Por que Zaqueu assim procedeu? Porque estava ali aquele que muda o caráter, fazendo com que o homem volte a ter o caráter de Deus, que é santo. Deus não criou o homem com o temperamento descontrolado nem com o caráter deformado! Deus o criou à sua imagem e “semelhança”. Esta semelhança está relacionada ao campo do temperamento e do caráter, isto é, o campo da moral! Deus é Santo! Isto quer dizer que nele não há absolutamente nenhuma falha moral!

Ele nos criou semelhantes a Ele!

Conclusão: Se todos os personagens citados na pergunta do começo deste artigo, tivessem se submetido a Cristo, entregando suas vidas para serem perdoadas e transformadas pelo sacrifício da cruz, embora no meio estejam religiosos que creio, nunca experimentaram a verdadeira conversão, não teríamos tantas pessoas de expressão e mesmo sem expressão envolvidas com estes crimes horrendos!

Jesus muda tua vida, controlando o teu temperamento e transformando teu caráter. Crês tu nisto?

Pr. Ubirajara Quintino
Igreja Evangélica Presbiteriana Ebenézer
Americana – SP - Agosto de 2009.