sábado, 20 de novembro de 2010

Discípulos????????????


Você alguma vez parou para meditar na definição da palavra: DISCÍPULO?
Digo isso, pois no meio cristão é comum ouvir a afirmativa: - Sou um discípulo de Cristo! Contudo, nem todos os que proferem tal proposição são o que dizem ser, ou ao menos sabem o que isso significa.
É interessante notar a hipocrisia “evangeliques” de nossos dias, dizendo ser algo que nem em seus devaneios mais longínquos conseguem ser. A superficialidade de estar atrelado a códigos de condutas e fundamentos preconceituosos tem substituído o verdadeiro “Espírito do Evangelho”.
Ser discípulo é antes de qualquer coisa ser “IMITADOR”. Ou seja, seguir o modelo, os passos de quem está se propondo seguir. Em nosso caso Jesus Cristo! 
Partindo desse princípio temos assunto para escrevermos uma biblioteca, visto que o exemplo deixado pelo Mestre é vasto e envolvente, no entanto, gostaria de citar apenas a base do todo trabalho de Jesus; o Amor!
O amor de Cristo pelas pessoas era algo fantástico, e repousava sob os verdadeiros necessitados e os que exerciam o interesse de conhecê-lo.
Um dos textos mais confrontantes que a Bíblia nos relata acerca de Jesus encontra-se em Mateus 9:
E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (35-38).
Existem duas palavras neste texto que sobressaltam aos nossos olhos: Compadecer – no original grego é: ser movido pelas entranhas.
A outra é: Mande – no original grego é: expulsar, expelir, mandar sair; com noção de violência.
Observe a profundidade desse texto. O autor aqui escreve que o envolvimento de Jesus com as pessoas era visceral, assim como a urgência suscitada pelo mesmo, a de enviar ceifeiros.
Ser discípulo de Jesus é isso, é atender a esse chamado de urgência e se comprometer de maneira visceral.
A palavra multidão aqui no grego original é: povo comum, como oposto aos governadores e pessoas de importância; com desprezo: a multidão ignorante, o populacho.
É interessante notar que o apelo e envolvimento de Jesus eram com os desacreditados, com pessoas que não esperavam mais nada da vida, mesmo que fossem pessoas de posses eram frustradas e depreciadas.
Em outro texto Jesus diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Mt 11:28.
Cansados aqui é ato de bater no peito com aflição, tristeza; surra! Jesus chama aqueles que ja apanharam muito da vida e se encontram em sobrecarga, essa é a multidão que seguia Jesus. Porém, os “discípulos” de hoje não se preocupam com isso, não se importam com os cansados, até mesmo porque na maioria das vezes esse “discípulo” também esta cansado e se escondando por trás de desencargos de consciência. Existem pessoas ai fora sedentas, precisando serem acolhidas e o que temos feito?
Quero terminar esse texto com uma musica cuja autoria é de jovens internos da Fundação Casa de Araçatuba, leia e medite nessa letra e depois responda se você é ou não é um discípulo de Cristo?

Por trás dos muros

Por trás dos muros de uma prisão
Existem homens que vivem com a solidão
Por não conhecerem o Amor de Deus
Que é tudo na vida

Muitos irmãos não tem coragem de chegar
Até uma cadeia para evangelizar
À pessoas que precisam do Amor de Deus
Que é tudo na vida

Eu digo isso, porque também estava lá
E passei por tudo aquilo que você imaginar
Era difícil mais ali eu encontrei
A Palavra de Jesus
E do inferno me Salvei

Cabe a mim e também a você
Levar a eles essas Palavras de Poder
Palavras que podem os teus problemas resolver
E fazer de marginais homens descentes nascer.
 Jovens Fundaçãos Casa.

É facil criticar, não dá trabalho, porém, fazer alguma coisa denota tempo, dinheiro e abnegação, coisa que muitos nem sabem o que significa...


Pr Paulo Fernandes
I.E.P.E Araçatuba – SP.

O segredo está no caminho

“Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.Então, respondeu o povo e disse: Longe de nós o abandonarmos o Senhor para servirmos a outros deuses; porque o Senhor é o nosso Deus; ele é quem nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, quem fez estes grandes sinais aos nossos olhos e nos guardou por todo o caminho em que andamos e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos. O Senhor expulsou de diante de nós todas estas gentes, até o amorreu, morador da terra; portanto, nós também serviremos ao Senhor, pois ele é o nosso Deus. Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados. Se deixardes o Senhor e servirdes a deuses estranhos, então, se voltará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito bem. Então, disse o povo a Josué: Não; antes, serviremos ao Senhor. Josué disse ao povo: Sois testemunhas contra vós mesmos de que escolhestes o Senhor para o servir. E disseram: Nós o somos. Agora, pois, deitai fora os deuses estranhos que há no meio de vós e inclinai o coração ao Senhor, Deus de Israel. Disse o povo a Josué: Ao Senhor, nosso Deus, serviremos e obedeceremos à sua voz. Assim, naquele dia, fez Josué aliança com o povo e lha pôs por estatuto e direito em Siquém. Josué 24:14-25.
Quem lê esse diálogo entre Josué e o povo de Israel, nem imagina que se trata do mesmo povo que por vezes reclamou, duvidou, e até mesmo se rebelou contra Moisés.
A história dos Hebreus tem muito mais a ver com a história do comportamento humano do que imaginamos. O texto acima refere-se a uma escolha que Josué estava empreendendo a comunidade de Israel, o mesmo dissertava sobre sua escolha em servir ao Senhor e ao mesmo tempo confrontava o povo a tomarem um decisão, a escolherem um caminho a seguir. É interessante que Israel ja tinha sido confrontado por varias vezes acerca de posições e caminhos a seguir. Após mais de IV séculos de servidão Deus ouviu suas orações e enviou auxílio, agora a escolha era seguir Moisés ou viver escravo no egito, a decisão parecia óbvia, porém, bastou os primeiro passos rumo a liberdade e já estavam se arrependendo, reclamando e pedindo para voltarem, única e exclusivamente por verem um mar a frente e não terem nehuma idéia de como atravessá-lo. A escolha sempre colocava em conflito convicções e principalmente a fé do povo. Ora! Qualquer situação para se tornar em questão de escolha deve haver mais de uma opção, e no caso de Israel a decisão sempre envolvia fé, era crer ou não crer!
Não foi apenas frente ao mar vermelho que reclamaram, fizeram-no por causa de água, por comida, por quase tudo reclamaram e em muitas vezes desejaram voltar ao cativeiro. Por isso ler a afirmativa da comunidade hebréia sobre escolher servir a Deus parece admirável. Humanamente falando quando temos problemas com alguma situação de que esolhemos e aparentemente não deu muito certo, nossa postura é no mínimo nunca mais querermos nos envolver com nada que se relacione ao acontecido.
Israel havia feito escolhas que aparentemente não assegurava ter saído muito bem, o caminho percorrido por quarenta anos poderia ter sido feito em dias. Na verdade não foram apenas quarenta anos, nem mais de quatrocentros se somarmos os anos de cativeiro, foram muito mais dias do que conseguimos relacionar, a escolha de percorrer o caminho trilhado por Israel começa com a obediência de Abraão. Deus disse a Abraão que saisse da sua terra e marchasse rumo a uma terra que Ele iria mostrar e lhe conceder a posse. Quanto tempo levaria isso? Poderia ter acontecido em dias!
A grande questão aqui é porque escolhemos os caminhos mais difíceis? Mais doloroso? Mais penoso?
É perceptível que sempre tentamos escolhe o caminho mais fácil, menos complicado. Mas então o que acontece que não sai do jeito que esperávamos?
Uma coisa que me chama atenção é o que Deus fala a Moisés e é onde repousa nossas respostas: E disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.”  Ex 4:21.
Deus estava mandando Moisés a uma empreitada ao mesmo tempo que decifrava sobre endurecer o coração de faraó, parece um paradoxo, o Senhor enviando alguém para libertar o povo mas ao invés de tocar no coração do opressor para libertar os cativos, endurece-o.  No entanto a explicação esta em Êxodo 14:4: “E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. E eles fizeram assim.” Deus usaria tais circunatâncias para mostrar, revelar Seu Poder tanto aos egípicios quanto ao Seu povo Israel.
Essa premissa pode ser observada ao longo dos acontecimentos que firmaram o relacionamento do povo hebreu com Deus. Qualquer coisa que empreendiam levava tempo e era muito dificil, penoso. Você já parou para se perguntar porquê?
O segredo está no caminho, aprendemos muito mais no caminho do que com os pés na terra prometida. Atente para o fato de o povo ter sofrido e passado por muitos problemas desde o cahamdo de Abraão, e em meio a reclmações e frustrações prosseguirem, e em chegando a terra prometida, escolherem servir a Deus, mesmo sabendo que Ele, o Senhor, poderia permitir outra adversidade sobre aquela nação. Porém, agora já estavam bastante convictos da maneira com que Deus trabalhava, e entendiam que os anos no deserto fora uma preparação para aquele momento, e que sem as adversidades a terra prometida perderia a graça, perderia o significado. A terra prometida só tinha sabor por causa do caminho, foi ele quem deu gosto a vitória.
Você já parou para pensar se tudo em nossas vidas acontecesse do jeitinho que quisessemos? Acredito que muitas coisas perderiam o significado e a graça de existir. Ora! É o caminho percorrido e suas dificuldades que dão sentido àquilo que recebemos de Deus.
PR Paulo Fernandes.

Quando morremos...

A maior parte de nós seres humanos vive numa linha tênue se pensarmos na morte. O conceito do fim nos aterroriza nos arremete a fragilidade com que existimos e de como tudo passa.
Mas na verdade pouco percebemos, que a cada dia estamos morrendo, a cada aniversário nos aproximamos do fim, ao mesmo tempo em que comemoramos o nascimento e fazemos festa. Cada hora, minuto, segundo que passa é um a menos na linha do tempo que construímos debaixo de obstáculos, embaraços e relutâncias, circunstâncias que depois de auferidas dizemos que fomos perseverantes.
Também não percebemos que com cada desafio superado um pedaço de nós fica ali nos destroços, e com isso começam a surgir marcas, algumas intrínsecas, outras extrínsecas e visíveis como as marcas de expressão impressa em nosso rosto, e a esses sinais chamamos de experiência.
Nossa vida é construída de momentos, pessoas, lugares e assim por diante, toda vez que um momento é deixado para trás, que alguém se vai, que nos mudamos, inevitável e inconscientemente parte de nós está morrendo, a isso chamamos nostalgia, saudosismo.
Quando construímos sonhos que nunca passarão de devaneios, utopias ou no mínimo a projeção de um futuro ideal, e vemos cada detalhe se esvair por entre as poeiras do tempo, e de camarote observarmos nossas aspirações se diluindo entre casos e acasos, da mesma forma parte de nós vai junto, morremos, e assim denominamos frustração.
E após tudo isso, após algum tempo encontramos a morte de verdade, sentimos canseira e enfado, e ai tomamos consciência de que já estavamos mortos há muito, muito tempo, entendemos que cada situação vivida levou um pedaço de nós, e tudo o que nos resta agora é um pedaço de carcaça que teima em ficar de pé, como definiu Moisés: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” Sl 90:10.
Talvez por isso Salomão dissesse que tudo é vaidade e correr atrás do vento, que tudo não passava de ilusão. (Ec 1:2).
Alguém escreveu: "Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão." Esse pode ser o segredo da vida, e se for ai está a explicação do porque muitos de nós estão mortos mesmo ainda possuindo fôlego de vida em seus corpos. Acho que nos esquecemos do que disse Jesus: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (MT 6:25). Ou ainda: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16:33).
Talvez devêssemos cuidar, zelar e viver em função da única coisa que a morte não conseguirá tirar de nós, pois, quando tudo terminar e nem mesmo a matéria subsistir, “após a morte seguirá o juízo”: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo...” Hb 9:27.

Pr Paulo Fernandes.
Igreja Presbiteriana Ebenezer Araçatuba.
 


Perdidos em sua própria motivação.

“A luz que brilha mais longe é aquela que já brilhou perto...” Oswald Smith.
As vezes penso se, todos os que estão dentro de Igrejas sabem o que estão fazendo, se estão realmente convictos do que implica ser o que dizem que são! E na maioria das vezes concluo que não, a maioria não tem a menor idéia do que estão fazendo e nem de onde querem chegar.
Oswand Smith resumiu bem a alma de um verdadeiro influenciador, partindo de uma premissa Bíblica: E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Mc 10:44. É interessante que ser humano é ser humano independente da época idade e aspectos sociais sobressalentes. O homem não sabe esperar o seu tempo, não sabe dar um passo de cada vez, e por conta dessa falha de conduta ao invés de se converter, se convence. O pior é que muitos andam até uma certa altura como se fossem convertidos, camuflam-se de maneira exímia, pois na verdade nunca compreenderam verdadeiramente o significado de ser um Cristão.
É notório a arrogancia de muitos  - permitam-me fazer um neologismo – “embibliados” pessoas que começam a descobrir “doutrinas, dogmas, ideologias” lendo gibis e acreditam verdadeiramente que conhecem o que estão se propondo a fazer, não passam de tribos cujo dialeto evangeliquês é predominante e o vazio é o máximo que conseguem atrair para si.
Ora! Oswald Smith em outras palavras disse que, só pode expandir seus horizontes aqueles que já fizeram história até onde estende suas sombras. Pessoas que não são capazes de produzir se quer uma frase sem pegar carona no juizo dos outros, que tudo o que sabem foi plagiado de alguma “mente brilhante” e trnasferida legalistamente a’la fariseu; há uma vida insignificante e mísera, sem sentido totalmente vazia, nunca poderá brilhar quanto mais expandir-se, no sentido de fazer a diferença na obra de Deus.
As vezes vejo pessoas levantando bandeiras de movimentos sérios, que realmente fazem a diferença, porém, sei que os envolvidos não passam de agitadores, pois como pode alguém orar pela Igreja perseguida, por missões internacionais sem nunca ter orado por sua cidade, pelo seu país, ou ainda sem trabalhar o Evangelho em sua própria família?
É algo paradoxal, como algo pode brilhar sem que haja luz? A resposta para esse tipo de “crentes” é arrependei-vos! Pois, ao pensarem que estão ajudando acabam por atrapalhar, se perdem em suas próprias motivações!
Motivações que nascem no ego e morrem no comportamento, algo para realmente ser motivado deve estar disprovido de si, deve estar entregue Àquele e somente Ele que muda o coração do homem, que esquadrinha pensamentos e age em comportamento; Jesus Cristo.

Pr Paulo Fernandes.
   

O evangelho institucional


O Evangelho todo, para todo homem e o homem todo. Trata-se de uma afirmativa impactante, uma vez que trás consigo toda responsabilidade da “Missio Dei”. É interessante o contraste existente entre tal proposição e a real aplicação da mesma, sendo que o enunciado no final do século XX e começo do século XXI foi: “O mundo está evangelizado, logo o mesmo precisa ser pastoreado”! 
Levando em conta a real aplicação do termo “Evangelho”, entende-se que o termômetro que mede a extensão e a profundidade de abrangência do Evangelho não são números, “Igrejas” lotadas; mas sim, a transformação empreendida no “homem todo”. Sendo assim, o “Evangelho” pregado por parte da Igreja é institucionalizado, ou seja, visa à manifestação de dogmas relacionados à religião e não a Bíblia ou a pontos essenciais e fundamentais do Evangelho segundo Jesus Cristo.
Essa institucionalização do Evangelho leva a evangelização a um patamar de interesses pessoais, muitas vezes financeiros, criando um verdadeiro comércio eclesiástico. Cada “instituição” tem sua missão em particular paralela ou ainda declaradamente alienada a “Missio Dei”.
Perdeu-se o conceito de Evangelho, e assim não há Evangelho todo, pois a fragmentação da Boa Nova levou a banalização da Mensagem coibindo o alcance da Missio Dei a todo homem e sua aplicação ao homem todo.
Nesse contexto, o mundo necessita de ações que envolvam a sociedade como um todo, o “Homem Todo” do Ide de Jesus precisa fazer sentido e ser aplicado por um Evangelho genuíno, autêntico e livre de arbitrariedades institucionais. 


Pr Paulo Fernandes
Igreja Presbiteriana Ebenezer de Araçatuba

Além do que os olhos podem ver...

A adaptação é sem dúvida uma das incríveis características do ser humano. Você já reparou como nos adaptamos a praticamente tudo, mesmo que esse tudo seja uma situação bastante difícil? É nesses momentos que nos conhecemos de uma forma especial, peculiar, descobrimos que temos “coisas” atributos dentro de nós que nem poderíamos imaginar.
Sempre quando me refiro a esse assunto lembro-me do filme “Coração Valente – Mel Gibson”; sofro com Willian Wallace, porém ao mesmo tempo fico pensando que se a tragédia da morte de sua amada esposa não tivesse ocorrido talvez Wallace não descobrisse o que realmente habitava o seu interior, talvez nem sequer tivesse ciência de quem realmente era.
Viver não é fácil, mas também não deve ser um caos, um desastre. Não há um manual que nos avise, norteie ou ainda dê ao menos uma idéia do que é a vida e de como devemos nos portar diante dela. Ainda bem! Pois, é exatamente por isso que a vida é interessante.
Olha que coisa incrível; nós desde que nascemos aprendemos, referenciamos, e abstraímos conhecimento, tendo sempre outro ser humano como exemplo, no entanto, mesmo usando o próximo como referência nossa vida nunca é igual a do nosso semelhante. Aprendemos a andar geralmente com nossos pais, entretanto, nosso andado nunca é idêntico ao deles. Aprendemos a ler e a escrever geralmente com uma professora, porém, nunca nossa forma de ver um texto ou nossa escrita será sequer parecida com a de nossos tutores.
É incrível a capacidade de absorção que nós temos, e quando colocamos esta em paralelo com a capacidade de adaptação desfrutamos de experiências incríveis.
Você já parou para pensar que, tudo o que você é hoje, só é possível porque você foi influenciado por alguém, seja positiva ou negativamente! Tudo o que somos hoje é fruto das conexões que fizemos durante os anos que antecederam este momento, trazendo-nos até aqui. Temos um pouco de cada pessoa que passou pela nossa vida, nossos pais, amigos de infância, professores, o dono da venda onde íamos comprar doces, a tia que fazia o melhor brigadeiro, e assim por diante.
Muitas vezes olhamos para uma pessoa de modo superficial e sequer temos a idéia de quem realmente ela é.
Pena que hoje em dia nosso mundo globalizado, capitalista e individualista não permite uma aproximação mais expandida a ponto de conhecermos alguém dessa forma, descobrindo como ela chegou a ser quem é hoje, saber de suas conexões pessoais, aprender com suas derrotas, sofrer com suas perdas e vibrar com suas conquistas.
Uma das coisas que o homem mais tem prazer em fazer é conversar, prosear como diriam os mais “vividos”; é prazeroso falar das coisas que vivemos, ouvir os contrastes vividos pelos outros, compartilhar idéias principalmente se essas conversas forem desenroladas em uma roda de amigos, regado por boa comida.
Uma das características marcantes de experiências partilhadas entre seres humanos, é inevitavelmente o comparativo que desenrolamos entre a vida do nosso próximo e nossas vidas, é nesse momento que vamos além do que os olhos podem ver.
Quando eu ouço alguém suspirar, "A vida é dura", eu sempre sou tentado a perguntar, "Comparado a que?" (Sydney J. Harris)
Fiquei pensando nessa frase por alguns minutos, enquanto digeria os primeiros seis capítulos do livro “Muito longe de casa – memórias de um menino soldado – Ishmael Beah”.
“Estou empurrando um carrinho de mão enferrujado numa cidade em que o ar cheira a sangue e carne queimada. A brisa traz o pranto débil de corpos mutilados que dão seus últimos suspiros. Caminho entre eles. Faltam-lhes pernas e braços; massa encefálica sai por seus ouvidos e narinas. As moscas estão tão excitadas e intoxicadas que caem nas poças de sangue e morrem. Os olhos dos que estão quase mortos são mais vermelhos do que o sangue que sai deles, e parece que a qualquer instante seus ossos vão rasgar a pele de seus rostos tesos. Eu viro meu rosto para o chão para olhar meus pés. Meus tênis esfarrapados estão encharcados de sangue, que parece escorrer da minha bermuda do exército. Como não sinto dor física, não tenho certeza se estou ferido. Consigo sentir o calor do meu rifle AK-47 nas minhas costas; não me lembro quando atirei com ele da última vez.” Ishmael Beah (Muito longe de casa – cap 2, pag 21 e 22)."
Neste trecho o autor relata um dos tantos pesadelos que o assolavam, por ter visto as atrocidades cometidas em nome da liberdade; os destroços de uma guerra.
Intrigou-me saber a idade do autor, nascido em 1980, pois a maioria dos livros que li cujo tema tenha chamado a atenção por ser digno de notoriedade até então eram antigos, e suas datas bem distantes da minha realidade.

Espantei-me quando Beah descreve um acontecimento ocorrido em 1993, o mesmo estava com 13 anos. O espanto veio não apenas pelo acontecido, mas também pelo ano, muito recém. Peguei-me pensando o que estava fazendo nessa data (com 10 anos). E comecei a me recordar de alguns fatos que me sobrevieram no ano de 1993 e cheguei à conclusão de que o fato de maior importância, fora minha mudança de escola e algumas indagações naturais da idade (pelo menos para mim), como: Porque não podemos ter tudo o que queremos? Porque precisamos estudar? Porque existe tristeza? Enfim coisas desse tipo.
Em contrapartida o pequeno africano lutava pela sua sobrevivência, passando fome e duvidando da veracidade da vida, lutando entre o que considerava real e as alucinações oriundas das cenas que presenciara.
O intrigante é que talvez mesmo com todas as “mordomias” que tinha, considerasse minha vida dura; e talvez fosse, em alguns aspectos, porém, se comparada a de muitos garotos africanos da mesma idade nesta época, minha vida fosse um mar de rosas. E é ai que está o problema, nós seres humanos temos uma visão extremamente limitada, não conseguimos enxergar além daquilo em que vivemos, com um agravante, a única forma de nos conectarmos conscientemente com a necessidade do próximo é em um envolvimento visceral, pouco ou quase nada praticado hoje. Você já parou para pensar que enquanto lê essa mensagem, possivelmente em sua casa, alguém pode estar lutando para sobreviver?
Ou nem precisamos ir tão longe, pode ser que convivemos com alguém que tenha vivido algo inóspito, e pelo fato de nunca termos tido interesse em nos referenciarmos na experiência do outro, não temos a menor idéia do que tenha acontecido com quem convive conosco praticamente todos os dias.
Esse é um problema que tem invadido as igrejas do século XXI, não apenas no âmbito de membresia, mas em gabinetes pastorais. O relativismo tem consumido nosso relacionamento com os membros de nossas comunidades, e impedido de nos comunicarmos com quem esta de fora. A responsabilidade de evangelizar já não é mais relevante entre nós, e o reflexo disso é a apresentação de um “evangelho inócuo” sem efeito algum, insípido.
Infelizmente nós os pastores temos usado nossa capacidade humana de adaptação e absorção contra nossos ministérios, ao invés de usarmos a favor. Desenvolvemos a psicoadaptação em detrimento as frustrações ministeriais oriundas de nossa incapacidade de comunicação com pessoas ainda não alcançadas pelo evangelho, e a reminiscência desse comportamento só poderia ser a fragmentação da “Boa Nova” e o descrédito da igreja por parte da sociedade.
A relevância deste tema vai do compromisso com a “Missio Dei” ao conceito apresentado por “Buber” acerca do envolvimento coletivo na busca por Deus.
Ora! A igreja deveria ser a mediadora entre as necessidades sociais e a Vontade de Deus, uma vez que ela é teoricamente a detentora do “shalon”, o veículo de comunicação do homem para com Deus.
Ribeiro de Rosas escreve:
“A maior façanha da história da resolução da problemática do Homem surge em 26 de Junho de 1945 / 24 de Outubro de 1945, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Acreditava-se que cumpriria com o seu objetivo de criação, que era “Manter a paz e a segurança internacionais” que se circunstanciava em dar resposta aos anseios dos povos pobres. Durante os últimos anos, porém, a ONU perdeu seu papel principal, passando a ser o espectador perante a saga dos mais poderosos, o que tornou os países pobres e indefesos, completamente vulneráveis e à mercê dos caprichos dos donos do mundo; e ao meu ver, se não for pela intervenção Divina, nos próximos anos poderemos assistir (aqueles que ainda estiverem vivos) ao atropelamento bélico de nossos países por parte dos donos do mundo.”
Estamos frente a uma crise social gravíssima, sendo a causa à negligência da igreja e o efeito disso a manifestação de sintomas psicossomáticos e doenças relacionadas à mente, estresse, drogas etc.
Frente a tudo isso, minha conclusão repousa sobre a necessidade de envolvimento pessoal, intrínseco e espiritual, primeiro do Líder, do Pastor, e depois da comunidade religiosa, da Igreja, como missão, responsabilidade e convicção.

Pr Paulo Fernandes.
Igreja Presbiteriana Ebenezer Araçatuba.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A mensagem de Deus para as pessoas que perderam a esperança.

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Amados gostaria de indicar a vocês este livro, cujo autor Ribeiro Tenguna tem trabalhado conosco na IEPE de Araçatuba. Esse livro vem contextualizar a vontade de Deus para nossa geração, dismistificando algumas "teorias" de alto ajuda gospel.
Deus abençoe e boa leitura!
Pr Paulo Fernandes.


Um pedófilo deve ser castrado, ou pode ser recuperado? Um viciado em drogas dever ser condenado, ou pode ser transformado? Um assaltante perigoso deve ser renegado, ou pode ser salvo? Ainda há esperança para um menino que está na FEBEM, ou é caso perdido? Haverá uma maneira de ajudar um traficante de drogas a mudar de profissão? Um ex-presidiário deve ser excluído da sociedade, ou Deus pode transformá-lo numa pessoa útil para a família e a sociedade? Este livro, escrito sob ponto de vista de um escritor e teólogo africano, leva uma mensagem de esperança para os corações que perderam a fé e o desejo de continuar vivendo. Sua luta para a libertação de seu filho viciado em drogas pode ter fim. Há solução de mudança de vida para ele. Assim como um viciado em drogas considerado irrecuperável e que já provocou transtornos para a família e a sociedade, um traficante de droga, um bêbado imperdoável e que tem enchido toda vizinhança com seus urros de xingamentos ou que quebra a porta da casa para consertá-la do dia seguinte, depois de bater na esposa. Um pedófilo que merece a forca. Um ex-presidário que cometeu crimes hediondos. Uma pessoa que posou nua ou fez filme pornô. Ditadores podem declarar e serem salvos. Governantes corruptos são aceitos. Financiadores de guerras são anistiados. Traficantes são absolvidos. Tudo porque, como o eunuco, confessaram que “Sim, eu creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”. Pessoas que a sociedade julgou e puniu severamente. Todos estes podem ser alcançados pela salvação. Todos eles podem ser libertos dos seus vícios. A misericórdia de Deus pode transformá-los de forma inacreditável. Se você tem uma pessoa problemática na família, comece lendo este livro. Se você já acorrentou seu filho para salvá-lo da maldição das drogas, leia este livro, orando e lendo a Bíblia Sagrada. Se você está numa prisão, pode encontrar ajuda neste livro. Se seu casamento está a um fio, este livro vai ajudá-lo a encontrar o caminho para a restauração. Até mesmo os piores pecadores e homens desprezíveis cabem admiravelmente nos braços amorosos de Deus, através da salvação oferecida em nome do seu Filho Jesus Cristo. Este livro é baseado na Bíblia Sagrada, cuja mensagem inclui as promessas da vitória em meio a todas as suas lutas. Atos 8:37 nos parece trivial, à primeira vista, mas é profundo e revelador. Ribeiro Tenguna apenas o desembaraça para você. Afinal, como o eunuco, todos nós precisamos de um encontro com Cristo Jesus, o único capaz de curar o coração humano.
Ribeiro Tenguna.
Para Que quiser saber mais segue o link: